Crescimento de 0,8% no primeiro trimestre de 2024 vem acompanhado de melhora na renda e no desemprego, e queda da inflação.
O aumento de 0,8% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no primeiro trimestre de 2024 é uma síntese de boas notícias para a economia brasileira, analisou a comentarista da GloboNews, Miriam Leitão, neste terça-feira (4).
São bons indicadores para este resultado:
aumento da renda;
queda do desemprego;
queda da inflação;
crescimento mais robusto e pulverizado.
“O PIB está crescendo com o mercado de trabalho melhorando, ou seja, o desemprego caindo, renda melhorando e a inflação caindo. Normalmente, quando a renda sobe e o trabalho melhora, às vezes impacta na inflação, e não está acontecendo isso, a inflação tem caído”, afirma Miriam.
No início deste ano, a previsão do mercado era de um aumento menos expressivo. No entanto, ao saírem ao longo do primeiro semestre os indicadores setoriais, como indústria e serviços, o número foi revisto para cima. Para esta terça, a expectativa de crescimento do PIB era de 0,5% a 0,9%, o que se confirmou.
O aumento foi puxado, sobretudo, pelo setor de serviços, que teve uma alta de 1,4% no período.
A agropecuária também cresceu, registrando variação positiva de 11,3%.
Olhando apenas para os números, por que serviços puxou a alta? A comentarista explica que o número do agro é comparado com o trimestre anterior, que não é período de colheita, diferente do primeiro trimestre deste ano. “Por isso que esse cresicimento não impressiona”, disse Miriam.
Já o setor de serviços, responsável por 70% do PIB do país, é mais espalhado. “E ele é muito pulverizado, para que ele cresça, muita coisa boa tem que acontecer na economia”, explica a comentarista.
A expectativa do mercado para este ano é que o crescimento do PIB seja em torno de 2%, menor do que os 2,9% de 2023. No, entanto, para os economistas, esse crescimento deve ser de “mais qualidade”.
“Quando a agropecuária puxa o PIB como aconteceu no ano passado, é um crescimento mais concentrado. O crescimento dos serviços é espalhado, todo mundo sente os efeitos”.
A tragédia do Rio Grande do Sul também está contabilizada na conta que prevê o crescimento de 2% para o ano. O PIB do Rio Grande do Sul deve cair drasticamente no segundo trimestre, mas a expectativa é que, com os esforços de recuperação, já volte a se recuperar estatiscamente no segundo semestre.
“A dúvida do Rio Grande do Sul já está precificiada, já se calcula como menos 0,3 % [no PIB do ano]. Por isso a previsão do ano não vai ficar mais otimista do que estava antes”.