O projeto Bolsonaro 2026, que vinha sendo articulado como uma tentativa de retorno do ex-presidente Jair Bolsonaro ao cenário eleitoral, começa a enfrentar uma debandada significativa de aliados. Parlamentares do Centrão e de segmentos da direita já manifestam publicamente e nos bastidores seu afastamento da iniciativa. O motivo principal seria a avaliação de que Bolsonaro perdeu capital político e enfrenta obstáculos jurídicos que inviabilizam sua candidatura.
O projeto Bolsonaro 2026 sofre também com a ausência de uma estratégia clara para reposicionar o ex-presidente diante do eleitorado. Após sua inelegibilidade, declarada pelo Tribunal Superior Eleitoral, parte da base que antes o sustentava já não vê viabilidade política no nome de Bolsonaro. A falta de um plano B convincente agrava ainda mais a situação, alimentando incertezas nos bastidores do Congresso.
Outro fator que contribui para o enfraquecimento do projeto Bolsonaro 2026 é o distanciamento de figuras influentes do Centrão, que priorizam alianças com nomes mais competitivos para a próxima disputa presidencial. Com a aproximação das eleições municipais de 2024, muitos parlamentares preferem investir em articulações locais, deixando de lado o apoio irrestrito ao ex-presidente. O pragmatismo político, nesse contexto, fala mais alto que a fidelidade ideológica.
A permanência de Bolsonaro no centro das atenções políticas também é vista com preocupação por parte da direita tradicional. O projeto Bolsonaro 2026 é apontado por analistas como um risco à renovação do espectro conservador no Brasil. Lideranças que apostam em novos nomes consideram que a insistência em Bolsonaro pode travar o surgimento de alternativas com maior capacidade de diálogo e menor rejeição junto ao eleitorado.
As investigações em curso contra Bolsonaro também têm pesado na decisão de parlamentares que se afastam do projeto Bolsonaro 2026. Os escândalos envolvendo a suposta tentativa de golpe e uso indevido de informações sigilosas desgastaram ainda mais sua imagem pública. A avaliação corrente em Brasília é de que, mesmo que juridicamente viável, sua candidatura seria politicamente custosa para aliados em busca de reeleição.
Dentro da própria direita, setores que antes orbitavam o bolsonarismo começam a construir agendas próprias, desvinculadas do projeto Bolsonaro 2026. O fenômeno reflete uma tentativa de recomposição ideológica e de reposicionamento no espectro político nacional. A fragmentação dessa base cria espaço para o surgimento de novos líderes com potencial de disputar protagonismo nas eleições de 2026.
Em meio à perda de apoio ao projeto Bolsonaro 2026, figuras próximas ao ex-presidente tentam conter o esvaziamento, mas enfrentam dificuldades em apresentar propostas concretas que mobilizem a base e reconquistem aliados. A narrativa de vitimização, que antes rendia dividendos políticos, parece ter perdido força diante de um cenário eleitoral mais pragmático e marcado por novas prioridades no Congresso.
O projeto Bolsonaro 2026, embora ainda mantenha apoio entre setores mais radicais e grupos fiéis, começa a ser revisto até por aliados históricos. A possibilidade de um novo nome conservador emergir com mais força e menor desgaste começa a ser ventilada como alternativa viável. Em um cenário de incertezas e redesenho político, o bolsonarismo corre o risco de perder o protagonismo que manteve nos últimos anos, dando lugar a uma nova configuração no campo da direita brasileira.
Autor: Idapha Sevel